O futuro do reconhecimento facial em CFTV (uso de blockchain)
O uso de reconhecimento facial está cada vez mais frequente em todos os tipos de dispositivos como celulares, tablets e computadores e já não é mais exclusividade de grandes empresas de CFTV como ISS, Genetec e Axis.

Há muitos anos atrás o desenvolvimento da tecnologia de reconhecimento de faces era muito caro e complexo, empresas como a ISS (isscctv.com) e Genetec lideravam o mercado de software inteligente utilizado em CFTV.
Como o passar do tempo outras empresas do mercado passaram a possuir os recursos necessários para também desenvolver software com tecnologia para reconhecer faces e utilizar outros analíticos em CFTV.
Existem diversas aplicações inteligentes em CFTV porém nesse artigo irei focar apenas no reconhecimento facial para facilitar o entendimento.
Processamento para reconhecimento facial
Devido aos seus algorítimos complexos, desde o início os sistemas para reconhecimento facial exigiam muito poder de processamento, por isso era necessario utilizar poderosos servidores para "dar conta do recado".
Quando uma face é capturada por uma câmera de CFTV, vários cálculos são executados para converter a imagem em números que representam o rosto e armazená-los em um banco de dados para posterior acesso e comparação.
Imagine o processamento necessário dos servidores em uma situação onde há diversas câmeras de CFTV instaladas em um aeroporto por exemplo.
Processamento no servidor local
O modelo inicial para reconhecer faces é baseado em servidores conectados em rede que recebem o tráfego de câmeras IPs e realizam o processamento.

Nesse tipo de sistema quanto mais câmeras são instaladas, maior deverá ser o processamento dos servidores para realizarem o reconhecimento de face.
Processamento nas câmeras
Com a evolução da tecnologia as câmera IPs passaram a ter mais poder de processamento embarcado e passaram a trabalhar com análise de vídeo.
Esse aumento de poder de processamento das câmeras permitiu aliviar o trabalho do servidor fazendo a distribuição de análise de vídeo na rede.
A distribuição de processamento para a câmera ocorreu de duas formas:
1. Uso de plugins para as câmeras
Empresas como Agent Vi e Fox Stream criaram plugins que podem ser carregados para as câmeras IPs para aumentar sua inteligência e diminuir a necessidade de alto processamento do servidor que está instalado na rede.

É uma maneira muito inteligente de trabalhar pois processamento é iniciado pela câmera e terminado pelo servidor, na prática é uma divisão de tarefas.
Outras empresas como a ISS que trabalhavam com processamento centralizado adotaram a mesma idéia de utilizar plugins para compartilhar o trabalho entre câmera IP e servidor e aumentar a eficiência do sistema.
2. Uso de câmeras mais poderosas
Atualmente há câmeras mais poderosas lançadas por empresas como Nest e outros fabricantes que possuem maior poder de processamento e podem trabalhar com análises de vídeo como o reconhecimento facial.

Essas novas câmeras ainda não podem se comparar a software profissionais mas já é um bom avanço. Um bom exemplo é a câmera da Nest que apesar de ser vendida para o mercado consumidor tradicional tem esse recurso. Veja o artigo: Câmera de CFTV com reconhecimento facial.
Processamento na nuvem
É possível contratar o serviços de empresas para fazer o processamento em seus servidores através da Internet utilizando o conceito de nuvem.
As câmeras de CFTV IP são instaladas no ambiente desejado e conectadas à rede com acesso à Internet, dessa forma as imagens são analisadas no servidor que está na nuvem, ou seja, em algum lugar na Internet.

Isso no entanto requer conexão constante com a Internet e o pagamento de uma mensalidade para o serviço de processamento, afinal ninguém deve trabalhar de graça para que você tenha seu sistema funcionado.
Processamento na blockchain
OK, agora chegamos à parte fundamental desse artigo, que é o uso de uma tecnologia chamada blockchain, talvez não tenha ouvido falar a respeito, mas ela é considerada a maior revolução desde a criação da Internet.
A blockchain está famosa atualmente por causa da moeda digital Bitcoin, é provável que tenha ouvido falar a respeito dessa moeda em algum momento pois está sempre nas notícias, o Bitcoin usa a tecnologia blockchain.

OBS. Se estiver curioso sobre os detalhes de como funciona o blockchain leia o artigo completo em: Blockchain, entenda como funciona.
Explicando de maneira simples e rápida, o blockchain pode processar as informações em diferentes computadores espalhados pelo mundo em uma estrutura de ponto a ponto (P2P).
IMPORTANTE: Não confunda com o P2P onde as empresas fornecem serviço para você acessar o seu DVR pela nuvem, é algo totalmente diferente. Tenha cuidado para aprender direito e não sair falando besteira por ai.
Então, encare o blockchain como uma tecnologia de computadores que estão espalhados pelo mundo, fazendo um processamento em conjunto de maneira totalmente organizada e segura usando criptografia de alto nível.
Esse tipo de estrutura é utilizada para o dinheiro digital como o Bitcoin e para outras aplicações como contratos inteligentes e esse serviço para o reconhecimento de faces que estamos discutindo agora foi criado para ser usado dentro dessa estrutura do blockchain.
O serviço de reconhecimento de face
A empresa Faceter, Inc criou esse serviço de reconhecimento facial e está lançando no mercado a oportunidade da compra antecipada de Tokens para uso tecnologia que ainda está em um fase beta de desenvolvimento.
A idéia da Faceter é tornar o reconhecimento de face algo simples e prático como usar o facebook ou outro aplicativo no celular, onde basta clicar e escolher o vídeo ou câmera que gera o fluxo de vídeo e fazer configurações básicas como digitar o nome das pessoas, local e regras gerais.

Fonte: Faceter.io
Nesse tipo de sistema a idéia é que o processamento pesado para realizar a detecção e reconhecimento facial não esteja em um servidor central dentro da empresa, mas sim utilize o que eles chamam de "Fog Computing" que na verdade são computadores ao redor do mundo que fazem parte dessa tecnologia de procssamento e criptografia usando a tecnologia blockchain.

Fonte: Faceter.io
A tecnologia por trás da Faceter
Reconhecimento de face e comportamento
Segundo a Faceter, o sistema poderá fazer o reconhecimento facial e análise de comportamento como possível ameaça, pessoa sorrindo ou concentrada.
Aprendizagem (machine learning)
O sistema deverá ser inteligente o sufuciente para aprender com reagir a determinadas situações. Na prática o usuário poderá "ensinar a máquina".
Proteção de dados
As insformações são processadas em um ambiente confiável e protegido através de criptografia portanto ninguém pode ter acesso indevido.
Uso da blockchain
Como já mencionado anteriormente, o poder do blockchain será utilizado para garantir a segurança e o cumprimento dos contratos inteligentes.
Uso de Tokens
Tokens são como as moedas digitais ou o combustível que permite o uso da tecnologia de forma transparente e justa para todos os participantes.
A disponibilidade da tecnologia
Em janeiro de 2018 a Faceter está no estágio do lançamento e arrecadou mais de 16 milhões de dólares de investimento inicial no site promocional
Segundo a empresa, muito em breve a tecnologia estará disponível para os negócios e também para o público em geral com um preço acessível quando comparado aos sistemas tradicionais com servidores centralizados.
Conclusão
Fique de olho na tecnologia do blockchain que desde 2008 vem crescendo e está sendo considerada por alguns profissionais como a maior invenção desde a Internet. Em breve serviços que utilizam essa tecnologia estarão disponíveis em diferentes ramos de negócios, Mantenha-se atualizado.
Não se esqueça de compartilhar com os amigos, clique nos botões abaixo